como melhorar da psoríase

Psoríase: o que há de mais moderno no tratamento

O que há de mais moderno no tratamento da psoríase? Como melhorar da psoríase?

A psoríase é uma doença inflamatória crônica, autoimune e não contagiosa, que afeta principalmente a pele, mas pode também comprometer articulações, unhas e impactar significativamente o bem-estar emocional e social dos pacientes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a psoríase atinge cerca de 125 milhões de pessoas no mundo, sendo aproximadamente 3 milhões no Brasil.

Nos últimos anos, os avanços na medicina dermatológica mudaram profundamente o cenário do tratamento da psoríase. Atualmente, é possível controlar a doença de forma eficaz e segura, inclusive nos casos mais graves ou refratários. A seguir, apresentamos o que há de mais moderno na abordagem terapêutica da psoríase, com base em evidências científicas atualizadas.

1. A evolução dos imunobiológicos

O uso de imunobiológicos representa um dos avanços mais significativos no tratamento da psoríase moderada a grave. Esses medicamentos atuam de forma altamente específica sobre os mecanismos imunológicos envolvidos na inflamação da pele, oferecendo eficácia superior aos tratamentos tradicionais.

Os principais grupos incluem:

  • Inibidores do TNF-α: como adalimumabe, etanercepte e infliximabe. Ainda utilizados, embora sejam considerados de geração anterior. 
  • Inibidores da IL-12/23: como o ustecinumabe, com ação intermediária em eficácia e segurança. 
  • Inibidores da IL-17: como secuquinumabe, ixekizumabe e brodalumabe — atuam diretamente na via IL-17A, altamente envolvida na fisiopatologia da psoríase. 
  • Inibidores da IL-23: como guselkumabe e risanquizumabe — considerados entre os mais inovadores e eficazes, com alta taxa de resposta e aplicação confortável (mensal ou bimestral). 

Essas terapias têm demonstrado melhora clínica acima de 90% das lesões em até 12 a 16 semanas, com excelente perfil de segurança e conveniência posológica.

2. Terapias tópicas avançadas

Apesar do protagonismo dos imunobiológicos, os tratamentos tópicos continuam sendo fundamentais, especialmente nos casos leves ou localizados.

Entre os destaques atuais estão:

  • Análogos da vitamina D3 (calcipotriol, tacalcitol): ajudam a normalizar o ciclo de renovação celular da pele. 
  • Combinação com corticosteroides tópicos: como a associação calcipotriol + betametasona, que aumenta a eficácia e reduz a irritação. 
  • Novas formulações veiculares: como espumas, loções lipofílicas e géis de rápida absorção — especialmente úteis em áreas com pelos, como o couro cabeludo. 

Essas opções melhoram a adesão ao tratamento e oferecem maior comodidade para o paciente.

3. Fototerapia com tecnologia de precisão

A fototerapia com radiação UVB de banda estreita (311 nm) permanece como uma excelente opção terapêutica para pacientes com lesões extensas ou que não respondem adequadamente aos tratamentos tópicos.

Destaques incluem:

  • Excimer laser: tecnologia que emite UVB em alta intensidade de forma localizada, tratando com precisão apenas as áreas afetadas, poupando a pele saudável. 
  • PUVA (psoraleno + UVA): utilizado em casos mais refratários, promove imunossupressão local controlada e melhora significativa das lesões. 

A fototerapia é indicada em regime ambulatorial e requer acompanhamento médico rigoroso, mas apresenta bom perfil de segurança e efetividade.

4. Inovações em pequenas moléculas: inibidores de TYK2

Entre as novidades mais promissoras, destacam-se os inibidores da via TYK2, uma das vias intracelulares responsáveis pela ativação de citocinas inflamatórias como IL-23, IL-12 e interferons.

  • O principal representante desta classe é o deucravacitinibe, um medicamento oral aprovado recentemente em diversos países para o tratamento da psoríase em placas. 
  • Estudos clínicos demonstraram eficácia comparável aos imunobiológicos, com a vantagem da administração oral e bom perfil de tolerabilidade. 

Essas moléculas sinalizam uma nova categoria de tratamento, especialmente relevante para pacientes que preferem evitar injeções ou têm contraindicações a terapias biológicas.

5. Medicina de precisão e testes preditivos

Com o avanço da genômica, a personalização do tratamento tem ganhado espaço real na prática dermatológica. Testes genéticos e biomarcadores começam a ser utilizados para:

  • Prever a resposta individual a determinados medicamentos, especialmente imunobiológicos; 
  • Identificar risco aumentado para comorbidades associadas à psoríase, como artrite psoriásica, doenças cardiovasculares e depressão; 
  • Melhorar a monitorização da resposta terapêutica ao longo do tempo. 

Essa abordagem permite escolhas terapêuticas mais precisas, seguras e eficazes, alinhadas ao perfil individual do paciente.

Conclusão: conhecimento atualizado e conduta individualizada fazem toda a diferença

A psoríase é uma condição complexa, com impacto que vai muito além da pele. O avanço da ciência nos últimos anos trouxe uma variedade de tratamentos altamente eficazes, que permitem controlar a doença de forma segura e personalizada. Medicamentos imunobiológicos, novas formulações tópicas, terapias fotobiológicas e inovações como os inibidores de TYK2 já fazem parte da prática clínica baseada em evidência.

O papel do dermatologista, nesse cenário, vai além da prescrição: ele é responsável por avaliar criteriosamente o quadro clínico, identificar fatores de risco e comorbidades, orientar quanto ao estilo de vida e construir, junto com o paciente, um plano terapêutico sustentável, baseado em evidências científicas.

Se você convive com a psoríase, é fundamental compreender que a automedicação, o uso prolongado de soluções tópicas sem acompanhamento ou a busca por soluções imediatistas podem não apenas atrasar a melhora, como também agravar o quadro.

A conduta correta começa com uma avaliação médica detalhada. E a partir dela, definimos a melhor estratégia terapêutica para o seu caso, respeitando o grau da doença, o seu histórico e os objetivos do tratamento.

Para isso, o primeiro passo é uma consulta médica especializada. Caso deseje discutir seu diagnóstico ou revisar sua abordagem atual, entre em contato com a minha secretária e agende uma avaliação. Estou à disposição para conduzir o seu tratamento com o rigor técnico e o cuidado que ele exige.

A teleconsulta é uma excelente alternativa para te ajudar com isso, caso você não esteja em Belo Horizonte (não trabalho com convênios).